União Europeia e EUA tentam evitar guerra comercial antes de encontro decisivo entre Trump e von der Leyen
- Jefferson Alionco
- 27 de jul.
- 2 min de leitura
Negociadores comerciais dos Estados Unidos e da União Europeia mantiveram conversas intensas até tarde da noite de sábado, tentando fechar um acordo antes do encontro entre o presidente Donald Trump e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O objetivo é evitar uma guerra tarifária transatlântica que pode causar sérios danos econômicos.

A reunião entre os líderes está marcada para domingo à tarde, no luxuoso resort de golfe de Trump, em Turnberry, na Escócia. Bruxelas espera que esse encontro resulte em um pacto comercial capaz de evitar tarifas de 30% sobre produtos europeus exportados aos EUA, além de possíveis retaliações do bloco europeu.
Pontos principais em negociação
As discussões focam em um possível acordo que estabeleceria tarifas médias de 15% sobre a maioria dos produtos importados da UE, semelhante ao pacto firmado entre EUA e Japão na mesma semana. No entanto, ainda há impasses importantes em setores como aço, automóveis e produtos farmacêuticos.
Fontes informaram que os diálogos entre o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e autoridades da UE têm sido intensos e, por vezes, tensos. Um dos principais desafios é definir o limite de cotas de aço europeu que não sofrerão tarifas extras — o excedente seria taxado em até 50%.
Outro ponto crítico é o setor automotivo. A UE pressiona para que os veículos estejam incluídos na tarifa padrão de 15%, mas os EUA ainda não concordaram. A Alemanha, com seu forte setor automobilístico, tem sido um dos países mais ativos nas exigências.
Risco de tarifas em massa
Trump ameaçou aplicar tarifas de 30% a todas as exportações europeias a partir de 1º de agosto, além das taxas já em vigor: 25% sobre carros e peças automotivas e 50% sobre aço e alumínio.
Caso não haja acordo, cresce a pressão dentro do bloco europeu para ativar um pacote de retaliações preparado, que poderá atingir até €100 bilhões em produtos americanos. As medidas incluem a aplicação de tarifas sobre empresas de tecnologia e a exclusão de companhias dos EUA de licitações públicas na Europa.
O que está em jogo
Em 2023, o comércio entre EUA e UE somou €1,6 trilhão, tornando-se uma das maiores relações comerciais do mundo. Há quatro meses, os dois lados negociam para tentar chegar a um consenso. Durante esse período, os EUA têm aplicado tarifas adicionais de 10% sobre produtos da UE.
Caso haja acordo no encontro deste domingo, Bruxelas suspenderá a implementação das tarifas adicionais, que começariam a valer em 7 de agosto. Caso contrário, o bloco poderá ativar seu novo instrumento de "anticorreção", considerado sua arma comercial mais poderosa.
Fonte original: Financial Times e adaptação para o site Mundo dos Negócios por Jefferson Luchetta









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