Inflação fora da meta e PIB em alta: Banco Central alerta para riscos e celebra crescimento sólido em 2025
- Jefferson Alionco
- 31 de jul.
- 2 min de leitura
Relatório apresentado à Câmara aponta que a economia brasileira segue aquecida, mas inflação ainda preocupa. Real valoriza 13% no ano e novas funções do Pix ganham destaque.

Brasília – 09 de julho de 2025 – Em audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, o presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, apresentou um panorama detalhado da economia nacional. O relatório destaca que o PIB brasileiro cresceu 3,4% em 2024 e segue em expansão em 2025, mas a inflação permanece acima da meta oficial de 3%, mesmo após mudanças no regime de metas.
Segundo o Banco Central, o novo regime de meta contínua para a inflação, vigente desde janeiro de 2025, prevê que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve permanecer dentro de uma faixa por ao menos seis meses consecutivos. No entanto, os núcleos da inflação — indicadores que excluem itens voláteis — ainda estão elevados, o que demonstra uma pressão disseminada sobre os preços.
“As expectativas seguem desancoradas, e isso impõe um desafio adicional à política monetária”, pontuou Galípolo.
Crescimento econômico acima da tendência
A economia brasileira superou as previsões iniciais dos últimos anos: 3,0% em 2022, 3,2% em 2023 e 3,4% em 2024. O nível de atividade está 13% acima do pré-pandemia e com alta participação do setor agropecuário, que teve sua maior safra histórica prevista para 2025.
Além disso, o consumo está forte: vendas no comércio, serviços e setor automotivo estão em máximas históricas, e a capacidade instalada da construção civil atingiu o maior nível em uma década.
Desemprego cai para 6% e renda sobe
O relatório mostra que o mercado de trabalho segue surpreendendo positivamente. A taxa de desemprego caiu de 15% (em 2020) para 6% em 2025, enquanto a renda real disponível das famílias teve um crescimento acumulado de 22% entre 2021 e 2024.
Crédito cresce, mas Banco Central busca reduzir custo
O crédito bancário alcançou 55% do PIB, um dos maiores níveis já registrados. O crédito às famílias aumentou de forma expressiva, e o Banco Central quer promover acesso a crédito mais barato e competitivo, com medidas que incluem:
Criação de um marketplace de crédito.
Facilitação da portabilidade com Open Finance.
Pix em Garantia, permitindo usar fluxo futuro como colateral.
Pix terá novas funções para consumidores e empresas
O relatório detalha inovações no sistema Pix, com destaque para:
Pix Automático: para pagamentos recorrentes (ex: escola, condomínio, energia).
Pix Parcelado: permitindo o pagamento dividido com recebimento à vista para o vendedor.
Pix por Aproximação: pagamento rápido com o celular.
Pix com contestação digital, para golpes e fraudes.
Real lidera valorização entre moedas emergentes
Com uma política monetária ainda apertada, o Real se valorizou quase 13% frente ao dólar em 2025, superando moedas como o peso mexicano e o peso colombiano. O chamado "carry trade", diferencial de juros entre países, tem tornado o Brasil atrativo a investidores estrangeiros.
Fonte IBGE: Acesse aqui para saber mais









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