Vale vende minério de ferro por preço 13% menor no 2T25
- Jefferson Alionco
- 30 de jul.
- 2 min de leitura
O segundo trimestre de 2025 trouxe importantes desafios para a Vale no mercado de minério de ferro. A empresa, uma das maiores exportadoras globais do produto, viu o preço médio realizado para os finos de minério de ferro se ajustar para US$ 85,1 por tonelada. Esse cenário reflete tanto as dinâmicas de oferta e demanda internacionais quanto as variações cambiais que impactam a commodity.

Quando comparado ao mesmo período de 2024, o recuo foi significativo: uma redução de 13,3%, já que no segundo trimestre daquele ano o valor alcançava US$ 98,2 por tonelada. Essa desvalorização ano a ano acompanha a desaceleração observada na indústria siderúrgica global e a entrada de novos fornecedores no mercado, que pressionam os preços de referência para baixo.
O principal motor dessa queda trimestral foi a diminuição dos preços de referência do minério de ferro, que recuaram US$ 5,9 por tonelada em relação ao primeiro trimestre de 2025. Esse indicador, amplamente utilizado como benchmark por compradores e vendedores, reflete negociações “spot” em portos australianos e chineses, principais polos de negociação internacional.
Além do preço de tabela, há o prêmio all-in, que incorpora custos de frete, qualidade do produto e outros adicionais contratuais. No trimestre, esse prêmio totalizou US$ 1,1 por tonelada, contribuindo para mitigar em parte a desaceleração do preço base, mas sem compensar integralmente suas perdas.
Em relação ao trimestre imediatamente anterior, houve uma queda de US$ 0,7 por tonelada — o que evidencia uma pressão extra sobre as margens da Vale. Essa redução foi atribuída principalmente à menor contribuição do negócio de pelotas, segmento que normalmente apresenta maior rentabilidade devido à maior pureza e valor agregado do produto.
Falando especificamente das pelotas, o preço médio realizado também apresentou retração, situando-se em US$ 134,1 por tonelada no segundo trimestre de 2025. Esse resultado representa uma diminuição de 14,7% em comparação ao segundo trimestre de 2024, quando as pelotas alcançaram preços superiores a US$ 157 por tonelada, demonstrando o impacto da desaceleração na demanda de alto-forno e das políticas de estoques das siderúrgicas.
Por fim, especialistas do setor apontam que a persistente volatilidade nos preços do minério de ferro deve continuar — influenciada por fatores como a recuperação econômica chinesa, investimentos em infraestrutura e eventuais restrições ambientais no Brasil e na Austrália.
Para a Vale, será fundamental ajustar sua estratégia comercial e de produção, diversificando clientes e buscando ganhos de eficiência para enfrentar um cenário mais desafiador.
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